Supremo Tribunal Federal jamais teve uma mulher negra em sua composição

Na semana passada, falamos das cotas para pessoas negras nos cargos comissionados do governo federal e hoje trazemos para a roda o debate que ganhou força nas últimas semanas: a necessidade de uma mulher negra no Supremo Tribunal Federal. Criado há 132 anos, o STF jamais teve uma mulher negra em sua composição e ao longo desse período todo só teve entre seus quadros três ministros homens negros. O último deles, Joaquim Barbosa, que se aposentou em 2014.

No início do último mês, várias entidades assinaram um documento que cobra que a próxima indicação do presidente Lula para o tribunal deve ser uma mulher negra.  Em artigo na Carta Capital, Sueli Carneiro definiu que “não é um gesto de boa vontade. É um ato de sobrevivência para o futuro”.

Também no início do mês passado, o STF estava julgando o perfilamento racial nas abordagens policiais – ou seja, a escolha da polícia em abordar pessoas pretas e enxergá-las como elementos suspeitos.  Na ocasião, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, cobrou a presença de uma mulher negra no debate. “Estamos discutindo uma tese central sobre a questão racial no Brasil, como ministros e ministras do mais alto gabarito, pessoas com compromisso em tornar o Brasil um país mais justo. Mas, efetivamente, não temos nenhuma pessoa negra discutindo a questão racial aqui no plenário”, disse Almeida.

Todo o cenário que parece propício para a chegada de uma mulher negra no Supremo, tem como empecilho o identitarismo branco. Um sintoma da sociedade que faz com que não se enxergue qualidade técnica em pessoas negras.  Encerramos aqui com um tuíte da nossa amiga Cecília Olliveira que nos deixa em alerta:

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