Preto somente no comercial

Essa semana nos deparamos com a foto de integrantes brancos do Nubank em Nova York. Na mesma semana a empresa lançou um comercial com uma trancista falando das facilidades que o banco a ofereceu. Com isso, vimos claramente que preto no Nubank somente no comercial.

Depois da bola fora da presidente da fintech Cristina Junqueira, durante entrevista ao programa Roda Viva, dizendo não haver profissionais negros qualificados no mercado, a startup começou um movimento de buscar a diversidade.

O banco digital contratou pessoas negras, tornou Monique Evelle embaixadora e abriu um hub de tecnologia em Salvador. O Nubank firmou um compromisso de ter 30% de todos os funcionários negros contratados ao longo deste ano em seus quadros e até 2025 espera chegar ao percentual de 37%.

Mas na hora de viajar e participar de um dos momentos mais significativos da empresa, na abertura de capital na bolsa americana, os pretos ficaram no Brasil para garantir a viagem dos brancos. Nada novo sob o sol.

O Nubank não foge o perfil das startups brasileiras. Mapeamento feito pela Abstartups (Associação Brasileira de Startups) aponta que 31% das startups não têm colaboradores negros. Embora 97% delas afirmarem apoiar a diversidade. O que vimos no caso do Nubank na Bolsa de Nova York é que, além de querer o nosso black money, o compromisso da fintech com a diversidade ainda está somente no marketing.

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