“Precisamos de mais de nós juntes”, diz nova head da Mais Diversidade

Mulher negra, LGBTQIA, periférica e executiva. Esse é um perfil que Luana Correa quer ver nos espaços em que ocupa. Formada em comunicação pela UERJ e mestre em comunicação inclusiva pelo Instituto Politécnico de Leiria, em Portugal, Luana está no time de consultoria estratégica da Mais Diversidade há dois anos e agora assume a área de novos negócios no Rio de Janeiro. A nova head da empresa tem a missão de ampliar a cartela de clientes entre os cariocas.

Luana diz que já esteve dos dois lados do balcão. Ela já esteve na linha de frente de concepção e gestão de projetos voltados para comunicação inclusiva multimídia. Hoje ajuda empresas a estruturar programas, ações afirmativas, governança em diversidade.

Conversamos com Luana sobre essa nova fase da carreira:

Você é formada em comunicação e hoje é Head de Novos Negócios da +Diversidade. Como foi seu caminho até aqui? Como migrou de área e acabou se tornando uma referência na área de diversidade? 

Eu trabalho com diversidade e inclusão há 10 anos. Já trabalhava com jornalismo e em emissoras de televisão e logo migrei para a inclusão de pessoas com deficiência nesses conteúdos exibidos nos canais. Passei oito anos coordenando projetos de diversidade em canais de televisão, espaços culturais, projetos educativos, etc. Hoje trabalho de forma mais ampla, pensando nas ações de inclusão de pessoas sub-representadas de maneira geral, com dados, pesquisas e ações afirmativas nas organizações.

A gente escuta muito sobre a área, mas poucos sabem como é o trabalho de fato. O que faz um especialista em diversidade? Como você e a + diversidade atuam? 

Existem muitas maneiras de atuar na área de diversidade e inclusão. Na minha trajetória mesmo costumo dizer que já estive dos dois lados do balcão.  A Mais Diversidade é uma consultoria que apoia empresas de diferentes segmentos a terem times mais diversos, práticas de inclusão que ajudam a acolher e desenvolver pessoas negras, pessoas com deficiência, mulheres, pessoas em situação de refúgio, pessoas da comunidade LGBTI+, entre outros grupos. Auxiliamos também a liderança a ser de fato inclusiva, com educação executiva e corporativa, produzimos pesquisas e diagnósticos para termos um retrato quantitativo e qualitativo mais real, porque o trabalho de um profissional de D&I também é muito apoiado por dados e indicadores. Como consultora, eu apoio empresas nacionais e multinacionais a estruturarem programas, ações afirmativas, governança em diversidade, grupos de afinidade e, ainda, atrelarem diversidade e inclusão à estratégia de negócio. Agora nessa nova posição de Head de Novos Negócios, meu desafio é impulsionar ainda mais o tema da diversidade nas empresas da cidade maravilhosa, já vejo que temos muitas oportunidades de avanço por aqui.

Para você, como é ser uma mulher negra executiva trabalhando para levar outras pessoas negras para o mercado de trabalho?

Eu sinto muito orgulho da minha trajetória, mas ainda é um incômodo muito grande estar em espaços onde não vejo pessoas iguais a mim, negras, LGBTI+, de origem periférica. Ainda temos um longo caminho a percorrer para termos mais representatividade de todos os grupos minorizados e em todas as esferas sociais, mas estamos trabalhando de maneira intencional, estratégica e muito engajada para mudar essa realidade. Eu, pessoalmente, trabalho com o que é meu propósito de vida, então consigo materializar no meu dia a dia o que de fato acredito que seja importante para fazermos mudanças efetivas. Mas precisamos de mais de nós juntes para isso, porque ninguém faz nada sozinho (a). Fico feliz que a Firma Preta, também uma ferramenta que colabora para esse mesmo objetivo, então é sempre um prazer estar com vocês. Vamos juntes fazendo nossas revoluções, contem comigo!

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