Em dez anos, Lei de cotas ampliou o acesso de negros a UFRJ em mais de 100%

No último dia 5 de outubro, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresentou dados com o impacto da Lei de Cotas, que completou dez anos em agosto, no ambiente acadêmico. Para começar, houve um crescimento de mais de 100% de acesso de negros e pardos ao ensino superior. Não à toa, observamos os sucessivos cortes de orçamentos das universidades que atingirão justamente a nossa gente no ensino público.

Na UFRJ, os dados apontam que, entre 2013 e 2019, a evolução de ingressantes pardos aumentou de 13% para 27%; já a porcentagem de pretos ingressantes passou de 4% para 10%. O mesmo não aconteceu com a população indígena que continua com presença inexpressiva na universidade, somente 147 indígenas entraram na universidade neste ano.

Os números também mostram haver mais chances de não-cotistas abandonarem a universidade do que estudantes cotistas. Isso graças aos coletivos de alunos que criam uma rede de apoio e também a toda a aula política do movimento negro.

Há muito a ser feito. A academia continua branca e elitista. Ainda assim, conseguimos alcançar esse espaço e nossa presença é símbolo da resistência de quem veio antes de nós e lutou pelo que hoje vem se tornando realidade.

Por isso, não podemos baixar a cabeça e aceitar os cortes de orçamento do Ministério da Educação que acompanhamos essa semana. Esse dinheiro que não chega impede a nossa formação e o acesso ao ensino público que está só no começo. Queremos continuar estudando e construindo novas realidades.

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