Carrefour: Pessoas negras continuam sendo vistas como suspeitas

Esse não era o texto programado para essa semana. Porém, mais uma vez o grupo Carrefour está envolvido em um absurdo caso de agressão contra pessoas negras: um casal que teria supostamente furtado dois pacotes de leite para alimentar a filha foi torturado no estacionamento do mercado, em Salvador. O mesmo Carrefour responsável pela morte de João Alberto Freitas, espancado até a morte por seguranças.

Não faz muito tempo, no mês passado, uma mulher foi obrigada a tirar a roupa em uma unidade do Atacadão que pertence ao grupo e um homem teve atendimento recusado no próprio Carrefour em São Paulo. A empresa de segurança que atuava no dia da morte de João Alberto mudou de nome e continua trabalhando para a rede de supermercados.

Veja que todas as ações do grupo Carrefour até aqui não passaram de uma tentativa de limpar a barra da marca. Contaram com pessoas como Manuel Soares, Rita Batista e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, em ações para firmar um comprometimento com a pauta antirracista. A rede também criou vagas afirmativas, buscando pessoas negras para cargos de liderança e abriu edital para apoiar iniciativas de pessoas negras.

Mas até agora se quer fez o básico. Não fez uma completa revisão de seus protocolos de segurança e investiu em uma verdadeira mudança nos profissionais que – em seus mercados. Pessoas negras continuam sendo vistas como suspeitas. São julgadas, condenadas e justiçadas nas mãos do Carrefour.

Enquanto o grupo Carrefour continua tentando limpar sua imagem com ações de marketing, continuamos sendo alvos nos corredores de suas lojas. Isso precisa ter fim.

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